Chego à câmara de vereadores de Santa Maria por volta das 5h da tarde. Logo que chego à plenária vejo João Carlos Maciel num discurso inflamado referente ao fechamento do serviço de radioterapia do Hospital Universitário.
Maciel é um cara simples. Conversamos no bar da Câmara onde ele comeu dois pastéis, interrompendo nossa conversa (que, presumo, não deveria estar tão interessante assim) para pedir ketchup e coca-cola. Inicialmente começo perguntando sobre os gastos de campanha, “Meus gastos ficaram em cerca de 16mil e 800 reais, recursos próprios, do meu sogro e de minha mulher, que é servidora do estado”, e sobre sua expressiva votação, a qual credita ao seu trabalho social, “Tenho um trabalho intenso, diário, com as comunidades, e a minha votação é um aplauso a esse trabalho, e a concordância e o louvor daquilo que se propõem minhas atitudes e iniciativas. Tanto na parte de comunicador do radio, o trabalho feito fora do ar... As ações sociais são muitas”. E resume: “Tudo é fruto de uma obra social radiofônica, é um trabalho de prestação de serviços. Eu optei por essa linha de ação”.
Maciel fala de suas obras sociais como prova de seu trabalho e dedicação ao povo. O vereador tem uma agenda cheia: além do programa de rádio, que vai ao ar todas as manhas - de segunda a sábado - visita comunidades e tem uma ouvidoria, “Eu tenho um atendimento diferenciado: vou aos bairros todas quartas e sextas - tenho um projeto ‘vereadores nos bairros’. Toda segunda-feira sou ouvidor púbico na minha sede na rua Dr Pantaleão e atendo até a última pessoa, são 70 a 80 pessoas fazendo exigências reclamações...” Na rádio, ele cobra a falta de professores nas escolas, a falta de creches a situação precária dos hospitais.
Em Santa Maria há apenas 10 anos, o vereador reeleito diz que não vai mudar sua conduta por ser do mesmo partido do prefeito eleito: “Não importa muito isso, vou continuar sendo um crítico autêntico, esse é meu perfil.” O radialista diz ter sido difícil o diálogo com o executivo nesses quatro anos que passaram, “Fui vitima do partidarismo acirrado do PT” e acrescenta: “Eleito, tu tem que governar pra toda população”.
Perguntei a Maciel sua posição sobre um possível aumento de salário dos vereadores: “Pra mim não faz diferença. Se optarem por cortar pela metade o salário podem cortar, se dobrarem ou triplicarem... Eu tenho um trabalho social tão grande, que se colocar na ponta da caneta... A minha mulher sempre diz ‘É melhor ficar em casa, que tu ganha muito mais’. Eu tenho dois caminhões na rua, eu tenho uma equipe, eu tenho o aluguel de uma sede no centro da cidade...” Insisto com o vereador:
- Mas se tiver uma votação sobre o aumento, tu pensarias?
- “Eu pensaria”, responde.
Maciel é um cara simples. Conversamos no bar da Câmara onde ele comeu dois pastéis, interrompendo nossa conversa (que, presumo, não deveria estar tão interessante assim) para pedir ketchup e coca-cola. Inicialmente começo perguntando sobre os gastos de campanha, “Meus gastos ficaram em cerca de 16mil e 800 reais, recursos próprios, do meu sogro e de minha mulher, que é servidora do estado”, e sobre sua expressiva votação, a qual credita ao seu trabalho social, “Tenho um trabalho intenso, diário, com as comunidades, e a minha votação é um aplauso a esse trabalho, e a concordância e o louvor daquilo que se propõem minhas atitudes e iniciativas. Tanto na parte de comunicador do radio, o trabalho feito fora do ar... As ações sociais são muitas”. E resume: “Tudo é fruto de uma obra social radiofônica, é um trabalho de prestação de serviços. Eu optei por essa linha de ação”.
Maciel fala de suas obras sociais como prova de seu trabalho e dedicação ao povo. O vereador tem uma agenda cheia: além do programa de rádio, que vai ao ar todas as manhas - de segunda a sábado - visita comunidades e tem uma ouvidoria, “Eu tenho um atendimento diferenciado: vou aos bairros todas quartas e sextas - tenho um projeto ‘vereadores nos bairros’. Toda segunda-feira sou ouvidor púbico na minha sede na rua Dr Pantaleão e atendo até a última pessoa, são 70 a 80 pessoas fazendo exigências reclamações...” Na rádio, ele cobra a falta de professores nas escolas, a falta de creches a situação precária dos hospitais.
Em Santa Maria há apenas 10 anos, o vereador reeleito diz que não vai mudar sua conduta por ser do mesmo partido do prefeito eleito: “Não importa muito isso, vou continuar sendo um crítico autêntico, esse é meu perfil.” O radialista diz ter sido difícil o diálogo com o executivo nesses quatro anos que passaram, “Fui vitima do partidarismo acirrado do PT” e acrescenta: “Eleito, tu tem que governar pra toda população”.
Perguntei a Maciel sua posição sobre um possível aumento de salário dos vereadores: “Pra mim não faz diferença. Se optarem por cortar pela metade o salário podem cortar, se dobrarem ou triplicarem... Eu tenho um trabalho social tão grande, que se colocar na ponta da caneta... A minha mulher sempre diz ‘É melhor ficar em casa, que tu ganha muito mais’. Eu tenho dois caminhões na rua, eu tenho uma equipe, eu tenho o aluguel de uma sede no centro da cidade...” Insisto com o vereador:
- Mas se tiver uma votação sobre o aumento, tu pensarias?
- “Eu pensaria”, responde.
Passando para a fase final da entrevista, conversamos sobre seu futuro político. Referendado como o vereador mais votado, Maciel torna-se um nome forte para cargos majoritários. Perguntando sobre a possibilidade de disputar as eleições para a prefeitura de Santa Maria, o vereador é enfático:
“Eu queria fazer uma eleição bonita e pela votação que eu tive dei uma lição a muita gente. Eu não sou o preferido do meu partido, sou o patinho feio do meu partido. Eu to me preparando, eu fiz uma votação pra me enxergarem dentro do partido, o povo já me enxergou, eu quero saber se o PMDB vai me enxergar.”
Nesse ponto Maciel se entusiasma e fala de suas convicções e planos para a cidade. “Eu tenho uma visão futurista, se eu começar a te falar agora vou me entusiasmar e ficar 3h falando.” Pergunto se ele mudaria de partido para concorrer à prefeitura, mas Maciel diz não ser esse um “caminho legal”. Para completar nosso exercício de futurismo, o radialista garante que não disputará as eleições para deputado estadual e que estudaria, caso fosse convidado, a possibilidade de ocupar uma secretaria na administração Schirmer/Farret.
Na pouco mais de meia hora de conversa, vivenciei a conjugação da eloqüência de um político, com o poder de comunicação de um radialista, personalizados na voz potente de Maciel. Terminada a entrevista, era chegada a minha vez de comer pastéis e tomar coca-cola.
4 comentários:
entrevistador faminto!!!!! tava loco pra filar a coca do entrevistado, fala a verdade!
a parte do "insisti" me lembrou o filme "todos os homens do presidente"...hehehehe
abraços
O texto está muito bom,só acho que o título poderia ter sido algo mais gatronomico, como: "entre o pastel e a coca-cola", rsrsr
Brincadeirinha, tah MARA.
bj
O blog terminou???
Nossa...pelo texto, pode-se dizer que João Carlos Maciel "é um santo", deveria ser canonizado devido ao seu grandioso "projeto social"...sei lá...
Quanto ao seu poder de comunicação, só no rádio mesmo...
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