Santinhos lendo

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Do grêmio para a Câmara

Ela começou a vida política como boa parte dos políticos brasileiros: atuando no Movimento Estudantil e sem pretensões iniciais na carreira política. Atuou no Grêmio Estudantil de sua escola, em Uruguaina e assumiu a União Estudantil Uruguaianense depois. Em 1984, com apenas quatorze anos, participou das diversas manifestaçõees pelas Diretas Já.

Helen Martins Cabral é natural de Uruguaiana. Hoje com 38 anos, concorreu pela 2ª vez ao cargo de vereadora de Santa Maria e foi eleita com 4.182 votos para a legislatura de 2009 a 2012. Essa expressiva votação a coloca como a candidata mais votada do partido em Santa Maria e também como a mulher mais votada para a Câmara de Vereadores.

Depois da atuação inicial no movimento estudantil, Helen fez o magistério e prestou vestibular para o curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 1991. Dois anos antes, filiara-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual está ligada até hoje. Assim que ingressou no curso, fez parte do Diretório Acadêmico do curso e de várias gestões do Diretório Central do Estudantes (DCE) da Universidade, dando continuidade a sua história no Movimento Estudantil.
Imagem: TSE

Ainda em 1991, fez concurso para o magistério, preocupada com seu sustento durante a graduação. Há 17 anos começou sua história com a Escola Walter Jobim, na qual está até hoje. Logo filiou-se ao Cpers/Sindicato e começou também a atuação sindical. Com o exercício profissional concomitante ao curso de Letras, só conseguiu o diploma em 1997 devido às dificuldades para conciliar os horários.

É eleita diretora do colégio Walter Jobim, em 1999, estando na quarta gestão atualmente (2008). Em paralelo, sempre atuou dentro do Diretório do PT, tendo concorrido pela primeira vez à vereadora em 2004. Naquela oportunidade, fez 1.401 votos.

A educação sob o olhar da vereadora

Na oportunidade em que conversamos, a greve dos professores estaduais do Rio Grande do Sul estava em seu auge (20 de novembro) e Helen participava de um evento promovido pelo MEC em Santa Maria. Afirmou-me que sempre esteve do lado dos educadores, independentemente do partido que estivesse no poder. "Quando o Olívio foi governo, eu era comando de greve. Fiz greve, andei nas escolas. Sempre tive a mesma postura, os meus princípios. Sempre acreditei que é através da luta, do respeito aos trabalhadores em educação, através da valorização da escola", defendeu a vereadora eleita.

Acerca da greve, Helen fez duras críticas ao atual governo estadual. Segundo ela, a conquista do piso nacional para os professores (R$ 950,00 como básico, mais as vantagens) foi uma vitória muito importante e que vem de longa data. Já a proposta do governo estadual (que foi retirada da Assembléia Legislativa do RS recentemente como conquista do movimento grevista) pretendia manter o valor de R$ 950,00 com as vantagens já incluídas. A vereadora petista considera o governo de Yeda Crusius um dos piores que o Estado já teve, destacando a contradição entre o aumento que a Assembléia concedeu ao Executivo e a tentativa do governo de não cumprir o piso nacional para os educadores.
(Imagem: Cpers/Sindicato) Protesto em Porto Alegre no dia 26 de novembro

A relação com o Executivo municipal

Helen acredita que as relações com o prefeito eleito, Cezar Schirmer (PMDB), serão positivas, principalmente por considerar a aliança em nível nacional do PMDB com o PT. Todo modo, sabe das diferenças ideológicas que permeiam os diversos partidos, além das especificidades das correntes internas de cada partido e de cada região do país. "Espero que o governo Schirmer não diga amém a todas as políticas do governo do Estado, que se posicione, que não aceite determinadas questões".

Composição da Câmara de Vereadores

Helen acredita que nem sempre uma composição de aliados dê totalmente certo. Mesmo sendo somente o PT a oposição (e, possivelmente, o vereador eleito pelo PRB) na Câmara, a vereadora eleita acredita que cada assunto vai determinar o posicionamento de cada novo legislador. Defende que não se deve votar ou se posicionar pela questão partidária, mas sim pela importância das questões à população.

"Acho que muita coisa em Santa Maria, dependendo da polêmica, da situação, a força popular, as comunidades também têm que intervir. São 5 e são 9 [oposição e base aliada ao governo de Schirmer respectivamente], mas são números. Se tu fores no grosso da população, dependendo do assunto e da situação, quando tu veres tem a maioria a teu favor".

O salário do vereador

A vereadora eleita acredita que o atual salário (R$ 5.782, 38) seja adequado para o cargo. Acha importante distingüir aquele vereador que vai às comunidades atuar daquele que só comparece às sessões e vai para casa. Nesse sentido, ela não considera o salário alto, mas bom. Helen é contrária ao aumento do salário dos vereadores no momento.

*

Você confere amanhã a respota de Helen Cabral a uma pergunta de um cidadão santamariense.
Até lá.

2 comentários:

de mau humor disse...

Oi
Muito legal a iniciativa de vocês de entrevistar os vereadores eleitos. Gostei muito deste texto sobre a Helen. Parabéns à equipe...

Luiz Henrique disse...

Muito obrigado pelo comentário Silvana. Tem sido um excelente exercício para nós.

Abraços.

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