Santinhos lendo

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Santo da Casa






Por Gabrielli Dala Vechia




-Gabinete do Sérgio Cechin?
-Sobe as escadas, na metade do corredor à direita.



Bobagem ter perguntado. No topo das escadas uma placa grande e um emaranhado de pessoas me indicariam o local onde eu precisava chegar. Duas ante salas com todas as cadeiras ocupadas, e ainda algumas pessoas aguardavam em pé. Dois assessores, muito falantes, atendiam aquilo que estava dentro da sua alçada.


Dentro da sua sala, Cechin me aguardava com sorriso pronto e mão estendida. As paredes abarrotadas de fotos, cartões e menções honrosas ratificavam que seu protagonista permanecerá ali instalado pelos próximos quatro anos.


Sérgio Cechin, afinal, é santo da Casa. Terminando o quarto mandato de vereador, com o quinto garantido por 5.862 eleitores, ainda consta em sua trajetória a vice liderança do executivo municipal. Ele atribui esses resultados ao fato de sua maneira de legislar poder ser comparada a uma empresa onde o erro é zero. Trabalhar sempre e bem é o segredo do vereador. Atender a todos, fazer campanha diária, dizer não quando necessário. E, claro, "manter uma equipe eficiente", repete ele, em tom de bom humor, quando um assessor entra na sala.


Mas, e a primeira vez? Na primeira vez não teve trabalho anterior que desse credibilidade, não tinha quatro anos de campanha, não tinha assessores. Ora, na primeira vez nada disso importa; é um voto de confiança que as pessoas deram para um jovem engenheiro, o primeiro do distrito industrial de Santa, que aparentava ter potencial. Difícil mesmo é manter-se. Ainda mais com votação ascendente, que começou com 1.862 votos (ele se lembra!) e nas duas últimas beirou os seis mil.


Sobre os companheiros de plenária a partir do ano que vem, Cechin, como bom político, opta por não tecer comentários. Mas não imaginou que a renovação seria tamanha. Na sua projeção de Câmara, apenas um ou dois nomes não se confirmaram, acabaram ficando na suplência. Nomes que ele prefere não comentar. Não questiona o número de vereadores tampouco seu salário: está tudo bem.

"Se alguém pensa: ah, os caras ganham demais porque é só duas vezes por semana; não, gente, não. Tem projeto pra ser analisado, têm comissões permanentes. Se o vereador quiser trabalhar, trabalha de montão. Eu acho que está bem. Quer queira, quer não, o vereador ajuda muitas entidades, às vezes pessoas, então no final do mês...Ele é um bom salário, mas tem muito desconto."


Seu dia-a-dia, porém, não se esgota nas plenárias e no atendimento (bastante disputado, diga-se de passagem) em seu Gabinete. Cechin ainda mantém contrato de professor com o Estado, de vinte horas semanais, e continua trabalhando como engenheiro civil. Aliás, seu profundo envolvimento com a engenharia marcou seu percurso político e definiu algumas das bandeiras que defende, como a questão da habitação, com ênfase na construção de núcleos habiacionais, e o Calçamento Participativo, onde o morador ajuda a baratear a obra, cujo projeto calçou mais de 400 ruas da cidade na época em que foi secretário do Prefeito Evandro Behr.


Fazendo uma auto-análise dos muitos anos de envolvimento com política partidária, Cechin destaca três feitos principais: em 1990 quando foi relator da Constituição Municipal, em 2006 quando foi finalizada a elaboração do Plano Diretor da cidade e quando da organização territorial dos bairros.


Mais sobre Sérgio Roberto Cechin:



http://beta.democracia.com.br/perfil/politico.php?codigo=17779



http://www.camara-sm.rs.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&category=270&Itemid=139&sectionid=6&id=201









Amanhã, O Santinho traz a resposta de Sérgio Cechin para um questionamento do Cpers Sindicato, núcleo de Santa Maria.







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